Crise (IPC Fase 3) persiste devido ao El Niño, conflito, e elevados preços de alimentos

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A Crise (IPC Fase 3) persiste nas regiões sul e centro, principalmente devido à seca induzida pelo El Niño. Isto resultou em colheitas muito abaixo da média em comparação com o ano passado e média de cinco anos, levando a uma elevada concorrência pelas oportunidades de geração de renda e, em última análise, resultando em défices de acesso aos alimentos para a famílias pobres e muito pobres. Nas zonas afectadas pelo conflito em Cabo Delgado prevê-se a ocorrência de Crise (IPC Fase 3), enquanto a situação de “Estresse! (IPC Fase 2!) é prevista nas zonas que recebem assistência humanitária.
Em Junho de 2024, os parceiros do Grupo de Segurança Alimentar (FSC) prestaram assistência alimentar humanitária, cobrindo cerca de 40 por cento das necessidades caloríficas mensais para cerca de 270 mil pessoas. Esta assistência beneficiou aproximadamente 27 por cento da população alvo, de acordo com o Plano de Resposta Humanitária (HRP) de 2024. A assistência consistiu predominantemente em transferências em dinheiro/senhas (55 por cento) e apoio em espécie (45 por cento). Contudo, devido a preocupações de segurança, a assistência alimentar humanitária continua suspensa no distrito de Macomia. De acordo com a OCHA, uma avaliação de segurança da ONU realizada em 13 de Junho em Macomia constatou danos significativos em infraestruturas sociais, incluindo serviços de saúde limitados, encerramento persistente de escolas e dificuldades de acesso devido às condições de segurança. A missão recomendou que as actividades humanitárias fossem retomadas quando as condições de segurança forem favoráveis.
De Maio a Junho de 2024, os preços do milho oscilaram em diferentes regiões do país. Na zona sul, o preço manteve-se estável, com uma redução de 10 por cento no mercado de Massinga, na província de Inhambane. No mercado de Mutarara, na zona semiárida central, o preço aumentou cerca de 50 por cento devido à baixa oferta e aos efeitos da seca induzida pelo El Niño. Na zona norte, os preços aumentaram em média 35 por cento. No geral, os preços do milho em Junho de 2024 foram 40 por cento ou mais superiores em comparação com o ano passado e 55 por cento superiores à média de cinco anos. Estes preços acima da média, juntamente com o fracasso da produção agrícola e oportunidades de geração de renda limitadas, têm estado a reduzir progressivamente o poder de compra das famílias pobres e muito pobres, levando a défices no consumo de alimentos.
De acordo com o relatório de Junho de 2024 do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação anual manteve-se estável em 3 por cento, com aumentos mais significativos de preços observados na educação (10,57 por cento) e nos alimentos e bebidas não alcoólicas (5,15 por cento). Uma análise da Oxford Economics indicou que a inflação global de Moçambique tem baixado rapidamente desde meados de 2022, principalmente devido ao abrandamento dos preços globais e regionais dos alimentos. A correcção do preço internacional do petróleo em 2023 e a estabilidade na paridade de facto do Metical (MZN) face ao USD também ajudaram na moderação da inflação. O relatório do INE indica que todos os centros de recolha (cidades de Maputo, Beira, Nampula, Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-Xai e Inhambane/Maxixe) registaram um aumento do nível geral de preços. No entanto, a variação mensal de Maio a Junho de 2024 mostrou uma diminuição de preços de 0,21 por cento, com reduções notáveis nos preços do tomate (16,6 por cento) e do alface (14,3 por cento) e aumentos nos preços do feijão manteiga (2,8 por cento) e do milho (8 por cento).

Citação recomendada: FEWS NET. Moçambique Atualização da mensagens-chave Julho 2024: Crise (IPC Fase 3) persiste devido ao El Niño, conflito, e elevados preços de alimentos, 2024.

This Key Message Update provides a high-level analysis of current acute food insecurity conditions and any changes to FEWS NET's latest projection of acute food insecurity outcomes in the specified geography. Learn more here.